Ineficiência
levou à paralisia e ao retrocesso, mesmo tendo orientação técnica para traçar
outro caminho e escrever nova história.
O fenômeno da seca no Nordeste do Brasil possui relatos que
remetem ao século XVI. Após uma sucessão de histórias dramáticas sobre os
reflexos das prolongadas estiagens na região, o País ainda iria se deparar com
algo mais grave.
Nos idos de
1877, em pleno período monárquico e sob o comando do imperador D. Pedro II, a
tragédia da seca foi fatal para, pelo menos, meio milhão de seres humanos.
Entre os sobreviventes, milhares partiram para outras localidades
A partir de então, o Império, prometendo até empenhar as joias
da Coroa, instituiu comissão para estudar abertura de canais, com a intenção de
conectar o rio Jaguaribe ao São Francisco. Mais adiante, na República,
ocorreram a perfuração de poços, a construção de açudes e cisternas, com vista
à mitigação dos efeitos da seca.
Não obstante
às ações que marcaram sucessivos governos em relação ao fenômeno natural do
clima nordestino, a menção histórica regional é motivada para examinar algo
local. Por aqui, ocorre a inusitada documentação de uma gestão pública
ineficiente, comprovada e assinada pela própria caneta do governador de
Alagoas.
Sobre a mesa
de Renan Filho, em 2015, diante da falta d´água, encontrava-se o decreto de
reconhecimento de 36 cidades em situação de emergência. No Diário oficial do
último dia 14, pela mesma causa de cinco anos atrás, consta a decretação
governamental de emergência em 41 cidades do Estado.
A ineficiência levou à paralisia e ao retrocesso, mesmo tendo orientação
técnica para traçar outro caminho e escrever nova história. Em 2017, uma equipe
da Secretaria de Planejamento, coordenada pelo economista Cícero Péricles,
produziu estudo sobre o Canal do Sertão, cuja obra de Renan Filho contou com
mais de 100 quilômetros concluídos.
O Estudo faz
um diagnóstico, identifica dificuldades e lista providências a serem adotadas.
São recomendações fundamentais para avançar na disponibilidade hídrica e levar
desenvolvimento onde estão os municípios castigados pela prolongada estiagem.
Se os
assentamentos e as áreas irrigadas não saíram do papel, a gestão e o uso
adequado do Canal do Sertão permanecem fora do nosso mundo real, que ainda
precisa recorrer aos velhos carros-pipa para socorrer vidas. E, assim, vai
transcorrendo o cotidiano, com a lamentável constatação de que o tempo parou
fora do Instagram governamental.
REDAÇÃO:JBTNOTICIAS
FONTE:GAZETAWEB